Dicas essenciais para evitar os efeitos da altitude e aproveitar a viagem.
Uma viagem para destinos de alta altitude é uma jornada para paisagens espetaculares e ar rarefeito, onde o céu parece mais perto e o corpo humano é colocado à prova. Preparar-se para essa experiência única é uma obrigação, não uma opção. A diferença entre uma aventura transformadora e um pesadelo médico reside na compreensão e no respeito pelos efeitos que a altitude exerce sobre o organismo. Uma abordagem cautelosa e bem informada é a única maneira de garantir que você possa apreciar a grandiosidade dos Andes, do Himalaia ou dos Alpes com segurança e plenitude.
O mal-agudo de montanha (MAM) é a reação mais comum e o principal adversário a ser administrado. Seus sintomas, que podem surgir a partir de 2.500 metros de altitude, incluem dor de cabeça persistente, náuseas, tontura, fadiga extrema e dificuldade para dormir. A estratégia primordial de prevenção é a aclimatação: ascender lentamente. A regra de ouro é não dormir mais de 300 a 500 metros acima da altitude em que dormiu na noite anterior, acima dos 3.000 metros. Planeje itinerários que incluam dias de descanso para aclimatação, como em cidades-base como Cusco, no Peru, ou Leh, na Índia. Hidratação constante é crítica; o ar seco e a respiração acelerada levam à desidratação severa, que piora os sintomas do MAM. Beba água incessantemente, até que sua urina esteja sempre clara.
A nutrição desempenha um papel surpreendente nesse processo. Priorize uma dieta rica em carboidratos complexos, que são mais fáceis de metabolizar em um ambiente com menos oxigênio. Evite refeições pesadas, álcool e sedativos nas primeiras 48 horas em alta altitude, pois eles podem deprimir o sistema respiratório e agravar os sintomas. Chá de coca, nas regiões andinas, é um remédio tradicional amplamente utilizado para aliviar leves desconfortos; embora sua eficácia científica seja debatida, a hidratação quente certamente ajuda. Consulte um médico com experiência em medicina de montanha antes da viagem. Eles podem prescrever acetazolamida (Diamox), um medicamento que pode auxiliar na aclimatação e na prevenção do MAM, mas seu uso deve ser supervisionado.
Esteja atento aos sinais de alerta do corpo. Sintomas como falta de ar em repouso, confusão mental, tosse com secreções rosadas ou incapacidade de caminhar em linha reta indicam formas graves de mal de altitude, como edema pulmonar ou cerebral. Estas são emergências médicas que exigem descida imediata—não há outra cura. Levar um oxímetro de pulso portátil pode ser tranquilizador para monitorar seus níveis de oxigênio no sangue e sua frequência cardíaca. Lembre-se, a altitude não discrimina; afeta até mesmo atletas em forma. O objetivo não é vencer a montanha, mas sim adaptar-se a ela com humildade e paciência, permitindo-se desfrutar da recompensa: vistas de tirar o fôlego, no sentido mais literal e figurado da palavra.
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